Ela era velha, mas não era surda. Apenas enxergava mal. Quando alguém vinha lhe falar, pobre coitada, levava tanto tempo tentando focalizar a imagem, reconhecendo a fisionomia no borrão que enxergava, que acabava por não prestar atenção no que a pessoa lhe dizia. Percebendo sua displicência, dirigia-se ao orador com um interessado “Quêêêêê?”. Então julgavam-na surda, e repetiam a mensagem aos berros. Mas veja bem, ela não era surda! Apenas enxergava mal.
Um comentário:
Um dia... talvez por isso de gritarem, as(os) que aturam(ou não tanto[ou com contribuições de si próprio(a) como troca de carinhos]) isso, fique surda(o) também, pra gentilmente completar o pacote.
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