sábado, 25 de outubro de 2008

Metrô

Hum... e aí? E aí. Ehr... belo dia. Pois sim. Nossa, pois sim, a quanto tempo não ouvia isso de ninguém. Não é? É.

(...)

Você não é mais tão novinho. É, não é? Você ainda tem todos os seus avós? Por parte de mãe, só. Seu pai é orfão, então. É, não é? É.

(...)

Cara, você não quer conversar comigo mesmo, né? Eu não tô conversando? Tá. Então? Mas é que... sei lá. Enfim. Enfim.

(...)

Vem cá, você prefere arroz ou macarrão? Depende do acompanhamento. Não, digo, assim, fale sem pensar, fale com o coração, qual dos dois você gosta mais, você prefere? Opa, meu ponto, eu salto aqui. Tchau então. Até.

Enfim.

O magnífico Garfo Azul - Parte I

Era uma vez, o Magnífico Garfo Azul.



Ele não era magnífico por ter feito algo incrível de fato, mas porque sua mãe assim o quis. Ela sempre dizia: “quando eu tiver um filho, o chamarei de Magnífico. Se for uma filha, chamarei de Laila.” Então, sendo um garfo, e azul, ao nascer foi chamado de Magnífico Garfo Azul. Seu pai queria chamá-lo de “o Magnífico Garfo Verde”, em homenagem ao Palmeiras (ele era um torcedor ufano), porém isso não fazia sentido, já que o garfo azul era azul, e não verde. Enfim.


O Magnífico Garfo Azul trabalhava no pólo petroquímico como operador de máquinas, e tinha um feliz casamento (gay) com o Incrível Alface.

Um pouco sobre o Incrível Alface:

O Incrível Alface não trabalhava fora de casa, pois tinha adquirido em sua infância fobia social. Só saía para ir ao mercadinho do Clóvis, que afinal ficava ao lado de sua casa. E isso em caso de necessidade, quando faltava caldo knorr, por exemplo.

O incrível alface fazia gnomos de biscuit e ímãs de geladeira para vender, e sempre fazia doações para a CCAAP (Casa de Cura para Alfaces Afetados por Pesticida). Costumava dormir após o almoço, e não gostava de bife acebolado.

Todos os dias o Incrível Alface preparava uma surpresa para o Magnífico Garfo Azul. Sempre que chegava do trabalho, o Magnífico Garfo azul encontrava comida especial, ou o Incrível Alface vestindo uma lingerie sexy. Era um casamento feliz.

Enfim.

O Magnífico Garfo Azul levava uma vida dupla, pois tinha um caso com Anastácia, a leviana. Ela lhe fazia bolos. Às vezes eles solavam. Mas só às vezes.

(Anastácia, a leviana)


O Magnífico Garfo Azul enganava Anastácia, a leviana, dizendo ser caixeiro viajante, por isso só aparecia de 15 em 15 dias, nos finais de semana.

Com Anastácia, a leviana, ele tinha um pequeno apartamento em um conjunto habitacional chamado Santa Lucrecia. Eles também possuíam alguns sapatos, um filho chamado Ricardo (uma linda célula procarionte, com ribossomos e DNA difuso), e até um cachorro poodle chamado Ray Charles, que enxergava muito bem.

O Magnífico Garfo Azul Ele visitava sua família bastarda dizendo ao Incrível Alface que iria visitar os seus primos distantes Colher de Sopa Verde e Colher de Sobremesa Roxa. Que grande mentiroso ele era!O Incrível Alface odiava a raça das colheres, pois foi foram as colheres que assassinaram seus pais e seus avós e todos os seus colegas de classe no deprimente Massacre dos Alfaces, que o deixou órfão bem na época de sua puberdade, marcando-o para sempre. Além do mais, ele tinha fobia social, e não iria junto de qualquer maneira.

O Magnífico Garfo Azul ficava quinzenalmente no apartamento de sua outra família durante todo final de semana, de sexta a domingo. lá ele encontrava a paz, e instruía seu filho Ricardo na arte de pintar unhas.

domingo, 19 de outubro de 2008

Muita terra para pouca minhoca

Menphis, eu deveria viajar para Menphis. Mas eu nem ao menos sei como fazer para chegar em Menphis. Será que há pacotes de viagem para menphis? Eu nem ao menos sei onde fica Menphis! Ta, fica no Egito. Deve haver algum pacote turístico para lá. Ou não. Enfim. Isso é no mínimo, incomum. Eu não deveria querer ir a Menphis. Eu nem tenho dinheiro para ir à Menphis. Eu não tenho dinheiro nem para ir à Aracaju! Se bem que, dizem, está mais barato ir à Bariloche do que à Fortaleza, vai entender. Mas Menphis é Menphis, e Aracaju é Aracaju. Droga, estou com cãibra na perna esquerda. Eu sempre sento de mau jeito, dá nisso. Acho que vou dar uns pulinhos para ver se passa.


(Existem 9 Menphis aqui.)


(...)

“Era uma vez, dois pacotes de macarrão, um mau, e o outro bom. O bom era amado por todos e tinha a embalagem mais reluzente. O mau estava cheio de gorgulhos e ia ser trocado por um ingresso de show beneficente. Revoltado e invejoso, o macarrão mau resolveu se vingar.

- Ei, macarrão bom, que tal um banhinho numa hidro, heim? Que me diz?

- Seria ótimo!

- Pois então! Entra ali naquela banheira, em cima do fogão. Não, não é deca, é Tramontina. Aquela mesmo, borbulhando.

- Adoro hidromassagem!

- Então se joga rapaz!

E esse foi o fim do macarrão bom.”