quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Era uma vez uma garota que gostava de muitas coisas, dentre essas coisas gostava muito de biscoito avoador que nos supermercados da cidade são conhecidos como biscoito de polvilho.

Essa menina em uma bela manhã de outono que não parecia uma manhã de outono pois a garota vivia em um local sem estações do ano definidas, acordou com o objetivo de visitar uma velha amiga jovem,

Porém, seus objetivos foram frustrados após descobrir que seu único meio de locomoção (por único entenda sem esforço físico, de temperatura agradável e com música) estava temporariamente indisponível, que é melhor do que fora de área ou desligado mas ainda assim significava que não estava lá para o que der e vier (resumindo, não tava lá).

Fora roubado? Saiu para passear? Isso é totalmente relevante. O importante fato indescitável é que a garota apreciadora dos biscoitos leves e crocantes não pôde comparecer ao encontro marcado com sua amiga de longa data (a amiga era de longa data, não o encontro, que foi marcado 1 minuto antes da descoberta da falta do meio locomotivo e desmarcado 2 minutos depois).

Isso é um rascunho desde 2009 (?) 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Aspirações

Desde pequeno seu sonho era ser porteiro. E era um sonho específico, não podia ser porteiro de escola, de empresa, de centro médico, era porteiro de prédio residencial, de 17 a 22 andares. Sonhava em passar o dia sentado no sagrado local, seu por direito, guarita ou recepção, munido de uma TV preto e branca 14” e do interfone matriz, com todos aquele botões e luzes. Decoraria de todos os nomes, ao chegar visita, sabendo o nome do morador, informaria o apartamento. Onde já se viu, visita decorar o apartamento do visitado? A visita vem visitar o morador, não o número, e seria sua função como porteiro saber de todos o nome e o apartamento, e fazer a associação sempre que necessário, pois seria um bom porteiro. Daria bom dia, boa tarde, e boa noite, ajudaria as senhoras a colocar as compras no carrinho, seguraria a porta do elevador. Falaria abububabibabá com os bebezinhos, brincaria com os cachorros (e ficaria de olho em onde supririam suas necessidades fisiológicas) flertaria com as domésticas e babás, tomaria partido no baba dos garotos. Olharia os carros para que não fossem maculados nas brincadeiras das crianças, cochilaria quando o movimento fosse pouco, ouviria o jogo no radinho de pilha nos turnos de final de semana, fofocaria aos respectivos pais as safadezas de seus filhos adolescentes na escada de serviço. puxaria o saco do síndico e falaria mal dele pelas costas com o zelador. Tudo isso e mais faria, e faria bem feito, pois seria o melhor porteiro de todos.
Entrou na puberdade com esse pensamento imutável e começaram a crescer seus primeiros fios de barba. De todas suas mudanças corporais esta era a mais importante e a mais esperada, pois através dela conseguiria a ferramenta mais necessária para torná-lo um porteiro de verdade: o bigode de porteiro. A princípio sua barba era rala e falha, havia uma penugem irregular acima dos lábios. Depois um pouco do princípio a rala barba engrossou, mas continuou falha. mas no final tudo dá certo, assim esperava. finda sua adolescência, continuava ele com a barba falha. Seu bigode não era uniforme, não se conectava. Era farto de um lado, farto de outro, e no meio o espaço de um dedo indicador permanecia desmatado. Aos 21 anos e sem bigode de porteiro, as esperanças acabaram e ele se resignou. Restava-lhe apenas ser cobrador de ônibus.

Curiosa História de Thiago Matheus

Vocês estão prestes a ler uma história curiosíssima fundamentada em fatos reais. Apenas os nomes foram trocados para manter secreta a identidade dos personagens. É sobre um homem, seu pai, seu filho, e a teimosia de uma mulher. Essa história se passa na província de Salvador no ano de 2010 de nosso senhor Jesus Cristo.

Era uma vez um homem chamado João e uma mulher chamada Maria. Um belo ou feio dia eles se conheceram, e algum tempo depois, que pode ser muito ou pouco, se casaram. Na verdade não é certo que casaram, podem ter simplesmente juntado os trapos sem a benção de Deus ou do Juiz de Paz e vivido no pecado da fornicação, pouco importa. O que importa é que Maria ficou grávida de João. João, como acontece com todas as criaturas, tinha pai. O que não acontece com todas as criaturas e aconteceu com João é que ele conheceu seu pai, e bem o suficiente para saber seu nome, que era Thiago. Não se sabe da onde surge a vontade súbita de um homem de perpetuar o nome de seus antepassados passando-os às gerações seguintes, o que se sabe é que a vontade surge, e a vontade surgiu em João. Não satisfeito apenas em perpetuar o sobrenome do pai, resolveu que queria também o primeiro nome, formando assim um sanduíche hereditário Thiago-João-Thiago. Acontece que Maria não compartilhava da mesma idéia, não havia nela surgido a vontade súbita de perpetuar o nome do sogro em seu rebento, mesmo porque ela não simpatizava com esse nome (nem com o sogro), preferia muitíssimo Matheus. Desde pequena dizia que chamaria seus filhos de Beatriz, se fosse menina, e Matheus, se fosse menino, e não era agora que ia aceitar um Thiago assim tão facilmente. Não é preciso descrever os meses de discussão de nome até o nascimento da criança. Até cogitaram um nome duplo, Matheus Thiago ou Thiago Matheus, mas começavam então a discutir qual nome ficaria na frente.
Por fim, nasce a criança. Nascido o menino de parto cesariana, teve Maria que ficar de repouso no hospital. Aproveitou-se disso João, e tendo ido ele mesmo registrar a criança registrou-a como bem quis, e o que ele bem queria era Thiago e Thiago puro. Ao saber Maria enfureceu-se (a meu ver, com razão), e jurou que jamais chamaria Matheus de Thiago, pois esse não era seu nome de verdade (apesar de constar na certidão de nascimento registrada em cartório e assinada pelo escrivão vigente em letras muito bonitas). A família dela tomou seu partido também chamando o recém nascido de Matheus e só Matheus. Logicamente a família de João, especialmente seu pai, chamava o menino pelo nome de registro.
Um tempo depois pararam todos de brigar e discutir, mas o juramento manteve-se de pé, pois apesar de infantis no que diz respeito a nomes, eram todos de palavra. E cresceu então o menino sendo chamado ora de Thiago, ora de Matheus.
E essa é a história do colega de minha irmã, e é assim que ele se apresenta.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Muito amor

Clique para ler
(achei bizarrinho mas tô numa vibe de postar tudo)


c

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

COMBO+DUO POSTS DE NATAL ATRASADOS

(O blogspot estava com problemas e não consegui postar isso antes, então viajem no tempo com Marty McFly e finjam que estão em Novembro ou nada disso fará sentido)

NATAL NON SENSE

Estamos em Novembro e daqui a pouco em Dezembro e aquela musiquinha polifônica irritante já começa a invadir o som ambiente: É Natal.

Pois é, o Natal está chegando, a época mais non-sense do ano. Por que o Natal é non-sense?

#1 –  COMEMORA-SE O ANIVERSÁRIO FORA DA DATA
No Natal comemora-se o nascimento do menino Jesus. Só que Jesus não nasceu em 25 de Dezembro, ele nem ao menos nasceu em Dezembro (e há quem ache que ele nem tenha nascido) [aprofunde-se a respeito aqui]

#2 – O GAROTO PROPAGANDA DO NATAL, PAPAI NOEL
Papai Noel é o símbolo do Natal. Além das musiquinhas monofônicas irritantes o bom velhinho está em todo lugar. 
a) O GLAMOUR DO PAPAI NOEL - Imaginando hipoteticamente que Jesus, o cristo, aquele cujo nascimento separa os anos em a.C. e d.C., de fato nasceu em 25 de dezembro e por isso comemora-se seu nascimento, qual, eu me pergunto, QUAL É A COLÉ do velhinho gordinho barbudo vestido de cetim vermelho e gorrinho com frufru? Observe a whatafuckinhellzisse da situação: é um velhinho gordinho. Ok, velhinhos gordinhos são brothers. Se tiver barba, será um velhinho gordinho true. Até aí tudo bem. Seria legal se ele vestisse uma calça marrom com suspensórios, ou bermudinha com sapatinho com uma meia bôco-môco. Mas, por que, POR QUE uma roupa de CETIM VERMELHO, com MARABUS nas extremidades, combinando com um gorro igualmente vermelho-acetinado com uma BOLINHA DE FRUFRU na ponta? Sem esquecer o blush nas bochechas, que o faz parecer um nobre absolutista francês andrógeno (assim como o velhinho da Quaker). 
b) A PROFISSÃO DO BOM VELHINHO – esse tão exótico ser tem por profissão passar o ano na função de engenheiro-coordenador de uma fábrica de brinquedos no pólo norte utilizando mão-de-obra duende (oi?). Aí uma vez por ano, na madrugada de 25 de Dezembro ele roda o mundo inteiro em um TRENÓ VOADOR PUXADO POR RENAS VOADORAS (uma delas com o nariz vermelho) entrando por chaminés para deixar presentes para as crianças dentro de sapatos e meias.
Isso pode parecer muito normal na sua cabeça porque fizeram uma lavagem cerebral em você quando você era pequeno (talvez tenham feito uma estomacal também, caso você tenha sido uma criança levada e engolido uma moeda) mas visualize isso e veja o quão absurdo isso é. Não é absurdo pelo fato de ser o que é (fantasiar faz parte da vida), mas qual a relação disso de um bebê que nasceu de sua mãe virgem (aham, senta lá, José) num estábulo no Oriente Médio? Quer dizer, Jesus nasceu no meio de cabritos, ovelhas, talvez umas vacas, uns burricos, mas renas? Garanto que ele não viu nenhuma em toda sua vida. Também não sou muito ligada na moda de Jerusalém dos anos 0 – 33 d.C, mas acho que nenhum dos homens andava vestidos de cetim vermelho com gorro de frufru. E se contassem a Jesus que viram um trenó voador com certeza acharia que era obra do Satanás (ou que ele devia parar de transformar água em vinho porque o bicho tava pegando).

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NATAL NO BRASIL


O Natal tem tudo a ver com o Brasil. Seu símbolo máximo, a árvore de Natal, o pinheiro, é uma árvore nativa abundante em todo território, tanto no litoral quanto no interior, sendo a floresta amazônica detentora da maior concentração de pinheiros do mundo. Fica mais característico ainda quando a árvore de natal está salpicada de branco, representando a neve, que cai bastante em Dezembro, principalmente no nordeste do país. Também as músicas encantadoras, em especial Jingle Bells, uma bela música cantada na nossa língua oficial (desculpem-me por estar escrevendo esse texto em português). Ah, e a ceia, quantas comidas típicas! Tender, Chester, nozes, comidas com passas em geral. Todas preparadas com ingredientes brasileiros. A melhor hora é a hora em que troca-se presentes, de forma amável e carinhosa entre familiares e amigos, representando dessa forma a paz e a prosperidade reinantes no nosso amado país.

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Pronto, podem voltar ao dia de hoje. Tentei todos os dias desde Novembro postar esse post e se eu conseguir hoje, 24 de Dezembro, é porque é Natal e os duendes deram duro para apagar o incêndio da Oi. O Acarajé de Natal deseja a todos vocês 5 leitores do Vaso de Planta boas festas, muitos presentes, muitas luzes boniiiitas (principalmente as azuis, elas são tão hipnotizadores o.o), comam comam comam realmente muito e usem camisinha na proximidade de espíritos santos!



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Elfail

Hello, Kitties.
Nesse grande parágrafo não irei me valer de pseudônimos, metáforas, fábulas ou modo de falar estranho para enviar minha mensagem. Recentemente escrevi e postei um texto que não lembro o título e não estou a fim de clicar em ‘voltar’ para ver. É um sobre a rotina e tal e você deve saber qual é porque, infelizmente, se há um texto que você deve ter lido deve ter sido esse. Eu não gostei dele assim que o terminei e achei muito diferente das coisas que eu escrevo. Já aconteceu anteriormente de surgir algo assim, mas não postei porque achei chato, não gosto de expor meu lado melodramático, além de achar que eles fogem para as colinas dos padrões dos outros textos. Enfim, o fato é que não tenho nenhum carinho por ele. Daí, após mais de 2 anos de blog, de exultação quando um texto conseguia 2 comentários (tendo o HP Laser Jet P1005 conseguido a incrível marca de 5 comentários) o texto por mim mal amado consegue para si inúmeras visitas (inúmeras!), comentários feitos pessoalmente, tweets, scraps, e até mesmo uma boa alma me disse que escreveria um trecho em sua parede com color jet. No show do Matanza uma criatura me pára, se apresenta, diz que adorou o texto “da rotina” mas que achou os outros “uma bosta”. Não vou dizer que não fiquei extremamente feliz com toda essa repercussão, e esqueci completamente do meu desamor pelo pobrezinho. Se eu estou postando as coisas é porque quero que sejam vistas (apesar deu estar postando há muito tempo para pessoas pontuais, e para mim mesmas, e não deixaria de postar caso ninguém os visse). Fiquei também muitíssimo surpresa. E após a surpresa e o contentamento, a desilusão. Desilusão, danço eu, dança você, na dança da solidão. Isso não vai mais acontecer ou continuar. As pessoas gostaram justamente desse e creio que não produzirei muitos outros do gênero (pelo menos espero que não! Aquilo brotou de um momento muito por-favor-não-de-novo-não). Estou legitimamente fadada ao fracasso. Vou mudar todos os meus Nicks para Elfail.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bolo solado

Hoje levantei contra a minha vontade, que preferia permanecer na cama, contra meu organismo, que ainda estava dormindo, contra meu corpo que ainda estava cansado.
Não lembrava do que tinha sonhado pois não havia tido sonho algum, pois não se sonha em sono profundo, e, como disse, acordei antes da hora, antes do sono ficar leve e me fazer sonhar, antes de meu corpo estar preparado. Mas é assim quase todos os dias.
Como eu muitas pessoas acordavam contra a vontade e outras já estavam de pé fazia muito. Despertadores não deveriam existir, não há nada como despertar naturalmente assim como dormir quando se tem sono. Mas como eu muitas pessoas o faziam, não dormiam quando queriam, não acordavam quando queriam. Ser despertado em sono profundo é como abrir o forno do bolo que assa antes da hora. Ele sola. E meu dia foi solado, como muitos outros. Contra a vontade tive que me banhar rapidamente, comer rapidamente, falar rapidamente com os outros despertos e chegar rapidamente ao trabalho. No trabalho realizei atividades medíocres que qualquer um poderia realizar, atividades que não dependiam da minha opinião, dos livros que já li e dos filmes que já vi, do meu amor por gatos, da minha personalidade, da minha aparência, do meu cheiro, das músicas que conheço, das minhas crenças religiosas, do meu conhecimento de mundo, e, na verdade, não muito do meu conhecimento acadêmico. Ou seja, caso eu passe a não existir de uma hora para outra, qualquer outro fará meu trabalho, e a sensação de substituibilidade é terrível. Não gosto de atividades impessoais, não gosto de ser substituível, não gosto de ser medíocre e não gosto de me sentir cansada. Por isso eu bebi muito café, bebi muita água, e fui muitas vezes ao banheiro fazer xixi. Saí do trabalho e fui para a faculdade, onde estudei coisas que não queria, para depois assistir uma aula que não entendia (e nem tinha vontade de), e depois fiz uma prova da coisa que não queria estudar, que mesmo que eu tivesse ido bem já teria sido horrível por si só, mas ter ido mal tornou tudo pior. Mas apenas um pouco pior, realmente bem pouco. Cheguei tarde em casa como todos os dias pois esse é o horário do término de minhas obrigações diárias. Acabei me entregando a 3 pequenos prazeres, um longo banho, websocialização e livros. Me autocensurei após perceber quanto tempo havia perdido, que poderia estar dormindo, me forcei a abandonar a fonte de prazer, me forcei a dormir, percebendo amargamente que o outro dia seria exatamente igual, mas voltei atrás em minha opinião sobre estar perdendo tempo com meus pequenos prazeres: estava ganhando vida. Programei a abertura da porta para cedo, muito cedo, e adormeci no forno, tentando sonhar que não solaria.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Touro Ferdinando

Era uma vez um jovem touro chamado Ferdinando. Enquanto os outros jovens touros apreciavam um bom confronto de chifres, Ferdinando deleitava-se em sentir o aroma das flores do campo sob a sombra das árvores. Os jovens touros confortavam-se principalmente quando o fazendeiro os observava, pois este costumava escolher o mais bravo touro para lutar contra um homem que segurava um pano vermelho. Não havia maior glória para um jovem touro do que ser escolhido o mais bravo de todos. Apenas Ferdinando não se importava com tais glórias. Preferia o aroma das flores do campo sob a sombra das árvores, e delas cuidar, comendo as ervas daninhas que as prejudicavam. Porém, não só Ferdinando apreciava as flores – o fazia também as abelhas. Um dia, infortúnio do destino, estava uma abelha (ou um abelho?) a colher o néctar de uma Hortência quando dois buracos negros apareceram e tentaram sugá-la. Naturalmente sabemos que se tratava de Ferdinando, mas não o soube na hora a abelha (ou abelho?), que, lutando contra a corrente de vento, endireitou-se e sem pensar cravou seu ferrão abdominal no nariz de Ferdinando. Este pinotou por todo pasto, mugindo e bufando de dor. Foi tal seu descontrole que acabou por quebrar a cerca, correndo ainda alguns metros a dar coices no ar. Coincidentemente era dia e hora da observação de touros do fazendeiro, que, assistindo a tudo nada disse, mas fez sinal com a cabeça e seus capangas entenderam que Ferdinando era o touro mais bravo de todos da vez.

Nota do Autor (hihihih sempre quis escrever isso)
Essa historia vem rondando minha cabeça a algum tempo não sei porque (talvez devido a recente colocação de uma argola em meu septo). Eu realmente não me recordo se ela veio de algum curta da Disney das fitas que meus pais locavam; se foi uma história contada a mim por meu pai (ele é um ótimo contador de histórias) ou se ela simplesmente apareceu, como algumas outras. Sei que, para qualquer uma das alternativas, não é certo para mim que fim teve o touro Ferdinando. De qualquer sorte, não me parece que tenha sido um bom fim (a menos que seja uma história Disney).

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Drogas

Era uma vez dois jovens de alma jovem apaixonados, como apenas dois jovens jovens podem ser.
O jovem disse: tome meu coração, pegue um pedaço para você (pois tinha que sobrar coração para as outras paixões da vida). A jovem bateu no pedaço de coração com um machucador, até que virou pó, e cheirou tudo.
Bateu a trip do amor.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dragão Azul Inquilino (autobiografico)

Era uma vez um dragão azul que vivia dentro do estômago de uma garota. Nem sempre esteve lá, apareceu quando sua hospedeira tinha por volta dos 5 anos de idade. Vagava no mundo quando algo lhe chamou a atenção – amígdalas extremamente suculentas sobre uma bandeja de aço inox, recentemente retiradas de uma pequenina garganta. Deliciou-se com elas e resolveu ir em busca de mais adentrando o mucoso túnel de onde elas tinham saído. Naturalmente não encontrou nenhuma, e movimentos peristálticos o conduziram até uma quente e agradável câmara que cheirava a comida. Resolveu se instalar permanentemente.

Devido a esse acontecimento, a criança que não gostava de comer passou a ser uma consumidora voraz de alimento, fato que deixava sua mãe e sua avó exultantes. Atribuíram o fato à cirurgia de adenóide a qual a criança foi submetida (mesma ocasião onde suas amígdalas foram retiradas), não chegando nem perto do real motivo. O dragão azul sentia-se muito bem instalado, a acomodação era confortável e era alimentado todas as vezes que desejava. Às vezes seu pedido não era prontamente atendido, e como nunca fora um dragão paciente, rugia em protesto, e insistia veementemente até ter sua vontade realizada. Para a garota o inquilinismo não era desconfortável, pois não abrigava um dragão egoísta, e este sempre lhe deixava o necessário para seu sustento e satisfação.

De princípio ele era, naturalmente, um dragão filhote. Chegou a sua plena estrutura física aos 8 anos de idade, tendo a garota então 13, e era necessário muita comida para alimentar um jovem e vistoso dragão azul. Comentários de toda sorte relacionando estrutura física com quantidade de alimento ingerido pela garota foram feitos, sendo o mais freqüente deles o comum “não engorda de ruim”. O comentário era estúpido, claro que ela não era uma má garota! Mas a estupidez deve-se a ignorância dos homens, que nada sabem da existência dos dragões inquilinos e tem por mania criar explicações para coisas que não compreendem, para não admitir que simplesmente desconhecem o motivo.

Hoje a garota beira as suas duas décadas de vida, e exatamente agora, às 11:57 da manhã, o dragão ruge aquecido em seu estômago.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ópera

Ela queria ir a um show internacional cujo ingresso não havia conseguido comprar por não ter tido tempo de dormir na fila no dia anterior ao início das vendas. Uma amiga informou que uma rádio estava sorteando um par de ingressos, para concorrer bastava se cadastrar no site. “Cadastre-se aqui e concorra semanalmente a prêmios”. Ela se cadastrou. Não ganhou o par de ingressos para o show naquela semana, mas foi sorteada na semana seguinte, ganhando um par de ingressos para uma ópera.

Tentou vender os ingressos  mas ninguém no seu círculo social quis comprar. Chegou o dia em que a ópera se apresentaria e ela ainda estava com os eles. Resolveu chegar antes do espetáculo e tentar vender na porta do teatro. Foi mal sucedida em sua empreitada, as pessoas (muito arrumadas) que iam assistir já haviam garantido seus ingressos há meses. Um segurança lhe alertou que era proibida a presença de cambistas. Então foi por essa sucessão de acontecimentos que ela, de short jeans, camiseta e um ingresso sobrando no bolso esquerdo entrou no teatro para ver sua primeira ópera.

Sentou-se entre duas cadeiras – a da esquerda,vazia, pertencia ao ingresso em seu bolso, a da direita um homem, esperando um par que não viria. O teatro estava frio. Soaram as sirenes, as luzes foram apagadas, e então começou.

Ela assistiu atentamente, maravilhada com a história, com a música, com a interpretação, com as vozes, a orquestra. Sentiu-se profundamente tocada pela beleza do espetáculo.

E ele assistiu nela o impacto causado pela arte, e achou belo. E no ápice, quando ela levou os dedos aos lábios, emocionada, ele segurou sua mão fria, inseguro de quais seriam as conseqüências desse ato invasivo. Ela não o olhou, mas retribuiu o gesto, até as cortinas se fecharem.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

HP LASER JET P1005 - Parte II

Para compreender essa densa e complexa história, leia primeiro HP laser Jet P1005 - A viagem.

Sem mais acontecimentos nos dias seguintes, a embarcação enfim chegou ao seu destino. HP laser jet P1005 se despediu de seus companheiros quando seguiu viagem. O fez apenas por convenção social. Pouca diferença fazia se eles não estivessem com ela durante a viagem, não se importava para onde iam agora, se conquistariam o que almejavam, nem sentiria saudade.

Finalmente chegando a seu novo destino, quis saber onde se encontrava. Sabia estar em um estoque, em uma prateleira inferior. Sentia algumas semelhantes junto a si, e outras logo acima, mas seus sentidos indicavam que mais além havia todo tipo de coisa, incluindo víveres. Perguntou a uma que parecia saber um pouco das coisas: “onde estou?” disse ela. “No supermercado”. Então a impressora irritou-se profundamente. Supermercado não é o lugar que gente importante vai para adquirir a impressora que imprimirá documentos importantes, secretos, históricos! Por que ela estava ali? Algum jeito teria que dar. Mas que jeito? Restava esperar. Ainda havia chances, talvez alguém a mando de alguém importante viesse comprá-la... Tendo recebido ordens de comprar o importante equipamento, e não e especificação do local, sua mente medíocre o dirigiu ao supermercado. Quem sabe? Restava a ela esperar.

Sua espera não durou muito, dentro de alguns dias um funcionário a buscou e levou até um carrinho, junto a diversos produtos. Quem o conduzia era uma mulher de meia idade, que estava bastante irritada por ter que pegar duas filas, uma para eletrodomésticos e outra para o resto das compras. “Deve ser a empregada de um grande homem. Ainda há esperança”, pensou HP laser jet P1005.

A esperança de HP laser jet P1005 encontrava-se estilhaçada, queimada e com suas cinzas lançadas ao vento um dia após sua saída do supermercado. Em seu lugar o sentimento de frustração ardia tão intensamente como fogo alimentado por uma floresta inteira. A ambiciosa impressora encontrava-se sobre uma bancada, em um quarto cheio de posters no oitavo andar de um prédio em reforma, onde homens em andaimes cimentavam pastilhas nas paredes.

Mal havia chegado ao apartamento, a desencaixotaram e puseram no chão, onde ela pode ver a mulher que a comprara, um homem, um garoto e uma garotinha muito pequena. Enquanto todos remexiam seus cabos, um animal felpudo com olhos curiosos chegou perto e a cheirou desconfiadamente. Logo se desinteressou por ela e partiu para sua caixa e isopor, parecendo estar muito mais entretida por 3 minutos, quando achou uma posição confortável e dormiu. HP laser Jet P1005 foi levada ao quarto do garoto, local onde permaneceria. Foi conectada a uma máquina extremamente taciturna e infeliz, insatisfeita com suas configurações. Esta fingia ou de fato não se importava com os acontecimentos que a circundavam.

HP laser Jet P1005 não poderia se sentir mais infeliz. Seu homem importante transformara-se em um garoto feio e espinhento de 16 anos, a máquina a qual estava conectada era ultrapassada, não havia um estabilizador só para ela. Os finos papéis fabricados com a melhor celulose que habitavam seus sonhos materializaram-se em papeis usados virados para o lado contrário a impressão.

A vida era monótona e frustrante. Não havia muito a ser feito. Imprimia um ou outro trabalho escolar mal feito, alguns recibos. O computador continuava a ignorar sua existência. Só levantava a voz para reclamar (consigo mesmo) de como lhe doíam as partes, que queria se aposentar, que suas configurações não estavam de acordo com o esforço que exigiam de sua pessoa. Se HP Laser Jet P1005 fizesse alguma intervenção ou comentário, fingia não ouvir e continuava a se lamuriar.

Um dia o garoto ganhou um violão. Então HP Laser Jet P1005 passou a imprimir inúmeras músicas cifradas, todas em papel rascunho. Não havia nada mais humilhante que imprimir em papel rascunho. Isso era coisa de impressora mendiga. O gosto do papel anteriormente impresso era horrível. Era como comer vômito. A humilhação era tamanha e a situação irritou-a a tal ponto que, sem saber como, uma vez acabou por “mastigar” o papel, inutilizando-o. A princípio ficou surpresa, depois maravilhada, sabendo que era capaz de fazer algo diferente do que fora programada para fazer. Ficou mais fascinada ao ver a reação do garoto. Ele não estava satisfeito. Ajeitou as folhas dentro dela, ordenou a passagem de uma folha em branco e então reordenou a impressão. HP Laser Jet P1005 desejou mastigar o papel novamente, mas não sabia como o havia feito, e nada aconteceu.

Um dia um dos operadores deixou a máquina ligada com um arquivo aberto, e se foi para outro cômodo. Então apareceu a menina muito pequena, e começou a mexer, bulir ou tentar assassinar o teclado. O mouse começou a gargalhar, a menina agora apertava seus botões compulsivamente, o que lhe fazia cócegas. O computador reclamava, estava recebendo muitos comandos de vez. Infelizmente ela estava clicando sobre o ícone de impressão. HP Laser Jet P1005 perdeu as contas de quantas ordens havia recebido (diferentemente de imprimir um arquivo de várias páginas, era imprimir vários arquivos de uma página só), e começou a trabalhar freneticamente, lançando as folhas no ar. O homem apareceu no cômodo impedindo a menina muito pequena de continuar, desesperado tentando controlar a situação. Antes que pudesse fazer isso, as folhas acabaram. Era uma sensação horrível. Era como vomitar sem nada no estômago, dói-lhe “puxar” o papel inexistente.

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O Acarajé de Natal indica a leitura da terceira parte da incrível história da ambiciosa impressora HP Laser Jet P1005 (essa era a função do Dragão Alberto, mas ele está de férias).


quinta-feira, 17 de junho de 2010

HP Laser Jet P1005 - A viagem

Desde que estava sendo montada, HP laser jet P1005 tinha grandes ambições. Sonhava em imprimir documentos importantes que mudariam o curso do mundo, e ser alimentada com as melhores tintas originais. Seria conectada às melhores máquinas, e teria um estabilizador só para ela. Por ela passariam os papéis mais finos, fabricados com a melhor celulose.

Achou extremamente ultrajante a forma como foi enclausurada numa fedorenta caixa de papelão, em meio a isopor e plásticos. Ainda por cima o manual estava numa posição que a incomodava. Mas ela se resignou, sabendo que o melhor estaria por vir.

Viajou algum tempo por terra em meio a suas semelhantes e algumas multifuncionais esnobes, depois muito e muito tempo por mar. No compartimento de carga conheceu muita gente. Havia as placas de vídeo, que viviam discutindo entre si. Algumas desejavam, assim como a HP laser jet P1005, participar de coisas importantes em famosos escritórios de arquitetura, ou no caso das placas cult, trabalhar com arte, mas a grande maioria queria ir para a casa de algum viciado em jogos. Todas discutiam entre si por causa de suas aspirações divergentes. Os que aspiravam MMOs eram os mais chatos, acham-se superior a todos os outros. Porém todos se juntavam para humilhar uma dupla de placas que almejava ir para a casa de garotinhas na puberdade e serem doadas no natal para que elas joguem The Sims 3. Placas de vídeo são naturalmente homofóbicas, e não aceitam esse tipo de atitude de placas macho. HP laser P1005 conheceu também instrumentos musicais simpáticos, alguns processadores cheiradores de pó, muito agoniados, e uns sofás bojudos que nunca nada diziam.

Os dias passavam lentamente sem que nada de novo acontecesse, até que uma manhã, após uma noite de mar agitado, um dos sofás levantou a voz num melancólico canto. Os outros sofás uniram-se a ele e logo cantavam em uníssono a triste melodia. Os instrumentos acompanharam e todo o resto do compartimento parou para escutar, surpresos com o fato dos sofás terem se manifestado. Quando tudo acabou, um dos sofás falou com uma voz grave, um pouco abafada pela sua caixa: “companheiros, nós sofás da mesma linha, temos uma ligação muito forte um com o outro. Somos feitos do mesmo fardo de tecido, somos todos irmãos. É com muito pesar que vos informo que hoje um de nossos irmão faleceu. Antes de embarcarmos, contrabandistas cortaram seu forro, espuma e quebraram parcialmente a estrutura do seu acento esquerdo, introduzindo em seu interior os companheiros que vocês agora podem notar”. Então todos olharam para a enorme caixa do sofá falecido, e lá constavam mais de 40 perfumes e 15 pares de tênis Nike em meio à madeira, espuma e couro sintético. “Nosso irmão vinha resistindo há algum tempo, mas devido aos sacolejos da embarcação na última noite, sua estrutura não resistiu e ruiu. Peço a todos desculpas pelo incômodo, e muito obrigado pelo respeito que prestaram. Sem mais delongas, tenham um bom dia.”, e nada mais se ouviu dos sofás até o fim da viagem. As atenções então se voltaram para os companheiros ilegais. Todos faziam perguntas ao mesmo tempo, as placas de vídeo brigavam entre si a respeito de quem formulou a melhor pergunta. Quando a situação se organizou um pouco, os perfumes relataram que no começo ficaram amedrontados, pois foram retirados de perto do seu seleto grupo e não sabiam o que estava acontecendo. Depois tomaram consciência da situação, e lamentaram. Esperavam ser vendidos em belas lojas para pessoas sofisticadas, e não como produto de contrabando para oportunistas. Ao contrário dos tênis Nike, que segundo disseram os perfumes, pareciam sempre tranqüilos e gargalhantes, saindo do seu estado de espírito apenas para se preocupar com o companheiro sofá, de quem muito gostavam e que agonizava. Quando foram questionados a respeito do assunto, ele disseram: “estávamos numa bad mas agora estamos de boa, e esperamos que o brother sofá esteja muito de boa onde quer que esteja”.

Sem mais acontecimentos nos dias seguintes, a embarcação enfim chegou ao seu destino.


BWAGGHHHAARGH! O Dragão Alberto indica a leitura do próximo pedaço de história e lhe deseja uma ótima refeição.


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segunda-feira, 14 de junho de 2010

O ataque do poderoso predador

O poderoso predador espreita a vítima da discrição do seu esconderijo. Sagaz e silenciosamente aproxima-se sorrateiro até a distancia suficiente para executar seu salto mortal. Então ele salta, certeiro atinge e engloba a vítima num violento abraço. Mas a diversão não deve acabar tão cedo. Defere um golpe com sua poderosa pata, ferindo seu flanco com suas garras assassinas. Ela urra e foge, mas ele é mais rápido, novamente a captura e golpeia, captura e golpeia, a pobre e indefesa presa não tem chances contra a imponência e a soberania do grande felino. Ferida e cansada, por fim desiste e entrega-se nos braços da morte.

Então o gatinho não vê mais graça em brincar com a bolinha rosa com guizos e vai dormir em algum canto quentinho do apartamento.

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Será que você cabe em um Vaso de Planta?  Faça o teste e descubra! 

Felinos do mundo, encontrai Jesus! Glória, camas, cafunés e ração petisco sabor atum temperado te esperam! Seja um bom gatinho nessa vida, se não nas outras 6 você vai ser um gato fedido comedor de lixo, que as fêmas rejeitam, as pulgas adoram.


segunda-feira, 15 de março de 2010

O Repugnante Artrópode

Era noite. Estava a mesa observando o leite em pó vencer a tensão residual do café, ao mesmo tempo afundando e se dissolvendo. Como um catalizador me vali de uma colher para auxiliar o processo, sempre girando, e por fim, tonto e vencido, todo o leite submergiu. Para não restar dúvidas, nem precipitações no fundo da xícara, continuei por mais algum tempo. E veja bem, meus pensamentos andam a mil, e observar o movimento horário do café na xícara, algo tão certo e simples, tão controlado, acabei por hipnotizar a mim mesma, ao observar o pequeno redemoinho. Nada passava pela minha mente, tão simples, apenas girava, girava... Então, distraída, ainda focada na mistura marrom claro que girava a minha frente, peguei uma bolacha com a outra mão, pouco me importando se era salgada ou doce. E então o encanto se quebrou, quando senti aquele cheiro. Oh, o olfato, grande aliado da memória! E um arrepio percorreu a minha espinha, e um frio desceu pelo meu estômago até o pé da barriga, e além, um pouco mais abaixo. Ela estava ali, eu podia sentir o seu cheiro, ela estava ali. Paralisada, vasculhei o cômodo com os olhos. Não me demorei no empreendimento - precisei movimentar minha cabeça apenas 30° para vê-lo. O repugnante ser estava lá, ligeiramente a frente, parecendo perfeitamente acomodado na cortina que balançava ao vento. Apenas as suas repugnantes antenas se moviam descompassadas e desarmônicas. Ainda paralisada, solicitei a ajuda do macho alfa vigente no recinto, pedi que exterminasse o maldito artrópode. Clamei por ele, nervosa. A voz, duas oitavas acima. Minhas pernas pareciam fincadas, uma ao chão, outra a cadeira. Senti que meu pedido foi atendido, pois ouvi os passos do carrasco. Mas o maldito inseto marrom, não como o café, muito mais escuro, mogno envernizado, também percebeu sua chegada. Envergou suas antenas, e seu par de patas dianteiro, e o que eu mais temia, aconteceu: não só preparou-se para voar, como voou, certo como poeira levantada após a chuva, em minha direção. Gritei, enquanto levantava e corria. Não uma boa ideia, o pavoroso monstro estava muito perto e muito rápido, por pouco não achou repouso (ou pouso) em minha boca, e então eu teria mais um sentido para me excitar a lembrança, o paladar. Mas não foi o que ocorreu. Velozmente (ou o mais perto que poderia chegar disso, com móveis como obstáculos) me afastei da ameaça, entrando no quarto mais próximo, fechando a porta e, inútil porém instintivamente, trancando-a. Atentei meus ouvidos aos ruídos externos do meu refugio, atenta as investidas do meu salvador contra a maligna barata. Mais de uma vez ouvi a arma (sapatilha, ou sandália?) cortar o vento e atingir a mesa, o armário, duas vezes a parede, o chão. Pensei no caixeiro viajante de Kafka, pobre coitado, pobre inseto cascudo. Mas o odor desagradável ainda estava em minhas narinas, ou, pelo menos, em meu cérebro. Nada de pena. Este não era um caixeiro, era uma barata. Finalmente um dos ruídos pareceu estalar menos que os outros. O carrasco informou que o criminoso já havia pago seus pecados. Ainda torta – pois assim me porto diante de baratas, contraída, logo, torta – deixei o recinto, encontrando o algoz, divertido com a situação, a vítima presa na ponta de seus dedos por uma de suas antenas. Agradeci. Neste momento entra pela janela, como sempre o faz, e como o fez também a barata, essa noite. Sentou-se defronte a cena, eu, meu pai, o bicho morto, recentemente morto (se fosse endotérmico, seu corpo quitinoso ainda estaria quente). E então, miou. Um miado indignado. Fizeram o meu trabalho, dizia o miado. Que se pode fazer, eu respondi. O que está feito, está feito. Resolvemos dar ao cadáver um descanso digno. Que ele volte para o lugar de onde saiu (coisa que jamais deveria ter feito). E então novamente eu me vi hipnotizada, observado o inseto descer, girando, girando, ocasionalmente se batendo na louça do vaso sanitário, rumo a tubulação, e ao Rio das Tripas.
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Uma dica aos possíveis leitores: Leiam "A Metarmofose", de Kafka (Franz kafkafé! ahahaha!). É um livro interessante, incrivelmente curto e de fácil leitura. Livros curtos e de fácil leitura ou são muito ruins, ou infantis, ou muito bons, e creio que este se enquadre na última categoria. Indicado a mim pelo meu querido amigo filósofo Bruno Magnífico. Todas as coisas indicadas por ele são boas.

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sexta-feira, 5 de março de 2010

O Magnífico Garfo Azul - Parte II

(Para compreender essa história, veja O Magnífico Garfo Azul - Parte I)


Sobre a Colher de Sopa Verde e a Colher de Sobremesa Roxa





A Colher de Sopa Verde era uma Colher extremamente simpática, divertia-se com tudo, estava sempre cantarolando e rindo, e contagiava todos com a sua alegria inabalável. Bem, a quase todos. De forma alguma conseguia contagiar a sua irmã, a Colher de Sobremesa Roxa, eternamente triste. A Colher de Sobremesa Roxa, naturalmente, não era irmã biológica da Colher de Sopa Verde, visto que era uma colher de sobremesa, e não de sopa, e geneticamente isso seria impossível, porque:

Pai da Colher de Sopa Verde                              Mãe de Colher de Sopa Verde

           CCCC                                                                    Cccc

Concluímos então que o casal só poderia gerar descendentes CCCC ou CCcc, e sabe-se que colheres de sobremesa são recessivas (cccc).

Os pais da Colher de Sopa Verde adotaram a Colher de Sobremesa Roxa após a morte de sua mãe (de seu pai não se tinha notícias) no Massacre dos Alfaces. A mãe da Colher de Sobremesa Roxa fora uma corajosa militante que morreu em combate. Seu nome encontra-se ao lado de mais 45 nomes no Pináculo Memorial, esculpido em homenagem aos heróis de guerra, que se encontra no Museu dos Talheres. Porém, apenas 3 meses após a morte de sua brava mãe, morreram também seus pais adotivos, após serem usados para mexer substancias ilegais - foram “apagados” por serem provas criminais.

Naturalmente, a Colher de Sopa Verde ficou muito abalada, mas se recuperou, afinal seus pais queriam que ela fosse feliz e bem sucedida. Mas a Colher de Sobremesa não, foi um baque muito grande para ela, nunca teve o pai, perdeu a mãe, e agora seus pais adotivos, de quem tanto gostava. Não andava mais chorando pelos cantos, afinal alguns anos talhéricos haviam se passado, mas a alegria jamais voltara a seu coraçãozinho de aço inoxidável. E a alegria de sua irmã era um ultraje para ela, porém ela nada comentava, afinal, Colher de Sopa Verde havia sido amável por todos esses anos.

Coisa que ninguém sabia era da paixão secreta que Colher de Sobremesa Roxa nutria pelo seu primo (também não biológico, era na realidade primo da Colher de Sopa Verde) Magnífico Garfo Azul, afinal eles sempre se deram bem, e foram muito amigos. Até mesmo tiveram um pequeno Affair. Colher de Sobremesa Roxa sentiu-se realmente muito triste quando soube do namoro do Magnífico Garfo Azul com o Incrível Alface. Sua auto-estima caiu no chão, se partiu em mil caquinhos, mas ela não parou de lutar pelo seu amor, sempre mandava mensagens de texto de conteúdo romântico, e, as vezes, até erótico. Porém desistiu dele quando ele anunciou seu noivado, afinal era uma colher de princípios. Mas não acabaram com a amizade, afinal o Magnífico Garfo Azul sempre ia visitar a ela e a sua irmã (elas moravam na mesma casa), e era sempre um momento agradável. Se não podia tê-lo como marido, namorado, amante, o tinha pelo menos como amigo, e isso a reconfortava. E de Fato o Magnífico Garfo Azul gostava muito de suas primas, e, apesar de não passar todos os finais de semana quinzenais com elas, como mentia ao Incrível Alface, as visitava todas as vezes que ia a casa de Anastácia, a Leviana.

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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quem na realidade era Cachinhos Dourados?

Discorramos sobre este questionamento filosoficamente complexo, para elevarmos a nossa capacidade de discernimento. Para isso pontuaremos ponto por ponto da história, e veremos que tipo de moral tinha essa menina loira. Estejam sempre em mente que foi Cachinhos Dourados quem escreveu a história, e que os Ursos são pobres animais ignorantes, iletrados, que não fazem a menor ideia do que andaram falando por aí sobre o que lhes aconteceu.

"Era uma vez, o Papai Urso, a mamãe Urso e o Pequeno Urso. A família Urso morava em um chalé bonitinho no coração da floresta. Num belo dia, pela manhã, a mamãe Urso fez uma sopa muito gostosa para ela e sua família, como costumava fazer sempre, pois eles gostavam muito de sopa."

Primeiro fato suspeito – Como Cachinhos Dourados sabia das relações familiares, que havia uma mamãe, um papai e um pequeno Urso? Como sabia que era um costume da família tomar sopa? Como sabia que a sopa era muito gostosa? Uma prova de que ela andou bisbilhotando, vigiando, investigando a vida da família Urso, e digo mais, que andou provando a sopa, colocando suas papilas gustativas onde não foi chamada.

"Acontece que a sopa estava muito quente, então a mamãe Urso propôs que eles fossem caminhar um pouco, até que a sopa esfriasse."

Quem faria isso? Uma sopa chega a uma temperatura aceitável à boca muito mais rápido do que o tempo de uma caminhada. Essa foi a desculpa esfarrapada e subestimadora da inteligencia dos leitores que Cachinhos Dourados deu. Ela, na certa, bolou alguma coisa para chamar a atenção da família e tirá-los de casa, como ter feito uma ligação estratégica do seu V3 rosa (sim, estava super a moda na época, e Cachinhos Dourados é o tipo de menina loira influenciável pelo modismo vigente) dizendo que o primo Urso estava ferido do outro lado da floresta, ou algo semelhante.

"Enquanto os ursos passeavam, apareceu pelos arredores de seu chalé uma bela menina chamada Cachinhos Dourados, que era assim chamada por ter lindos cabelos loiros cacheados. Ela morava do outro lado da floresta, num vilarejo, e tinha o mau hábito de sair de casa em caminhadas vespertinas sem avisar a seus pais."

Notamos aqui o pecado do orgulho. Como diriam os meus conterrâneos, Cachinhos Dourados era do tipo que “se achava”. Nota-se, através de sua necessidade de exaltar suas qualidades capilares, um complexo com suas madeixas, afinal todos sabem que na verdade o seu cabelo era castanho e que ela o tingia com Imédia Excellence Creme N° 01 Louro Muito Muito Claro Natural, e que seus cachos eram de Babyliss. Em seguida, percebendo que exagerou, tentou parecer mais humilde ao dizer que morava num vilarejo do outro lado da floresta. Na realidade ela morava em um condomínio fechado que se dizia “eco” por se localizar perto da floresta, mas que de ecológico não tinha nada, pois foi derrubada 15% da vegetação nativa para a construção da área de lazer do condomínio. Sobre sair de casa em caminhadas vespertinas, há! Quem ela quer enganar? Quase uma Paris Hilton, desde seus 13 anos seus pais não se preocupam mais, sabem que uma hora ou outra ela vai aparecer em casa, ou no hospital, ou irão ligar do juizado de menores avisando que a encontraram caída na rua. De qualquer forma sua mãe se preocupava mais com botox, sapatos e garotos que limpam a piscina, e seu pai, com a secretária (que por acaso também tingia o cabelo com Imédia Excellence Creme N° 01 Louro Muito Muito Claro Natural).

"Quando se aproximou da casinha dos Ursos, estava muito cansada de tanto andar, e resolveu bater na porta do chalé para pedir um copo d'agua."

E para que serviu todo esse tempo de academia?

"No entanto, ninguém lhe respondeu, nem veio abrir a porta. Percebendo que a porta não estava trancada, resolveu entrar."

Agora, pensem consigo mesmo. Isso é coisa que uma pessoa de bem faça? Invadir a casa alheia? E não teria ela medo do que poderia encontrar por lá? Claro que não, pois fora ela quem, com uma ligação falsa, os colocou para fora.
"Ao adentrar o chalé, se deparou com uma mesa forrada com uma bela toalha xadrez, e acima da mesa três tigelas de sopa. Como estava com muita fome, e não viu ninguém na casa, resolveu provar a comida. Provou, então, o mingau da tigela maior, mas achou-o muito quente. Provou o da tigela do meio e achou-o muito frio. Provou o mingau da tigelinha menor e achou-o delicioso, não resistiu e comeu-o todo."

Mimada e irritantemente exigente, maculou três tigelas quando só aproveitou realmente uma. E as crianças morrendo de fome na África!

"Depois de comer, Cachinhos Dourados se sentiu cansada, e, avistando três cadeiras, resolveu se sentar.
Achou a primeira cadeira muito grande e levantou-se a seguir. Sentou-se, então, na cadeira do meio, mas achou-a desconfortável e ainda grande demais. Sentou-se na cadeirinha menor e achou-a muito confortável e num bom tamanho. Porém, sentou-se tão desajeitadamente que a quebrou. Ainda cansada, Cachinhos Dourados resolveu subir às escadas."

Essa menina usa o cansaço como desculpa para tudo. Na realidade ela era bulímica e subiu a procura de um banheiro para vomitar a sopa do pobre Ursinho.

"Encontrou um quarto com três caminhas, uma grande, uma média e uma pequena. Tentou deitar-se na cama maior, mas achou-a muito dura (naturalmente, pois o papai Urso tinha problemas de coluna). Deitou-se na do meio e achou-a macia demais. Deitou-se na menor e achou-a muito boa. Estava tão cansada que não resistiu e acabou pegando no sono. Enquanto Cachinhos Dourados borestava, a família Urso retornou ao lar. Foram direto à cozinha para tomar a sopa, que era o café da manhã. Estranharam a porta aberta, e logo perceberam que alguém havia estado ali.
- Alguém mexeu no meu mingau! - rosnou o Papai Urso.
- Alguém comeu do meu mingau! – disse brava a Mamãe Urso.
- Alguém comeu todo o meu mingau! –gritou o Pequeno Urso.
Papai Urso voltou o seu olhar para a sua cadeira e exclamou:
- Alguém sentou na minha cadeira!
Mamãe Urso, reclamou:
- Alguém também sentou na minha cadeira!
O Pequeno Urso, chorando, disse:
- Alguém quebrou a minha cadeirinha!
Os três subiram as escadas, e foram em direção ao quarto.
Papai Urso olhou para sua cama e perguntou:
- Quem deitou na minha cama?
Mamãe Urso olhou para sua cama e disse:
- Alguém esteve deitado na minha cama e deixou-a bagunçada!
O Pequeno Urso, indignadíssimo, gritou:
- Alguém está deitado na minha caminha!
Cachinhos Dourados acordou com o grito do Pequeno Urso.
Ficou muito assustada ao ver os três ursos bravos olhando para ela."

Primeira coisa: o fato dela ter escolhido a sopa, a cadeira e acama do ursinho, demonstra que ela tem um profundo complexo de inferioridade. E Ahh! Ela ficou assustada, foi? E como ficaram então os pobres Ursos ao ver sua casa invadida, principalmente o mais prejudicado deles, o Ursinho, ao ver uma estranha oxigenada deitada em sua cama, logo após de ver seu prato vazio e sua cadeirinha quebrada? Que sentiram eles? Mas não, Cachinhos Dourados é egocêntrica, só pensa nela, no que ela sente. Eu, eu, eu, eu.

"Seu susto foi tão grande que em um só pulo saiu da cama e já estava descendo as escadas. Mal deu tempo para que os ursos piscassem os olhos. Num segundo pulo, Cachinhos Dourados pulou a janela e saiu correndo pela floresta, rápida como o pensamento."

Onde foi parar todo o cansaço? Como uma menina bulímica conseguiu ser tão ágil, como alguém que acabara de acordar conseguiu ser tão ativo? O nome disso, amigos, é cocaína.

"Depois desse enorme susto a menina aprendeu a lição, nunca mais fugiu de casa, muito menos entrou em casa de ninguém sem ser convidada."

Enorme susto, sei. Aprendeu a lição, aham. Isso é o que ela diz. A realidade é bem diferente, sua versão da história é altamente duvidosa, cheia de furos e degradante a imagem dos ursos. Pode-se concluir que Cachinhos Dourados é uma farsa, uma drogada bulímica e mimada garota. Eu vos exorto, amigos, pensem nas coisas que te dizem, não aceitem apenas um lado da história como verdade. E sempre tranquem bem sua porta antes de sair para uma caminhada.

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Nota notável - A idéia disso surgiu com a pergunta de Roberto, vulgo Totó, no formspring. A pergunta era: "Era Cachinhos Dourados uma ladra?", ou algo semelhante. Valeu Totóvisk!



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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

história de amor

Então, estava de boa na lagoa quando a pedi em casamento, é claro que ela aceitaria, nós nos amávamos, era divertido, mas não, ela recusou, e tem horas que um relacionamento chega num ponto que ou ele progride ou acaba, e então ele acabou quando a falta do passo maior o podou, e eu não fiquei bem com isso. Não, de jeito algum, eu fiquei mal, e mal ainda estou, tudo vai mal, nada vai bem, eu não estou bem. E então ela vem e me pergunta, por que esses pontos tem que aparecer, quer dizer, essas fronteiras a serem ultrapassadas, que se não forem, acabam com tudo? Isso só existe dentro das nossas cabeças, e então ela me abraçou e ficou ao meu lado, e eu desejei que ela tivesse feito isso a 5 meses atrás, evitaria todo o sofrimento e toda a dor, e toda a dúvida, mas vai ver nem ela sabia, vai ver só agora descobriu, e digo, ela é esperta, digo mais, ela é espertíssima, pois eu jamais descobriria isso sozinho, mas que importa isso, ela está aqui comigo, e tudo será como antes, ou não, eu realmente não sei, mas eu estou tão feliz, agora eu estou bem novamente.



E uma semana se passa e lá vem ela novamente falar em casamento, e então me disse que eu estava certo, que tudo caminha para isso, anos de sociedade nos deram todos os sinais de que esse é o destino absoluto, que era o que ela queria, não pela sociedade, mas ela queria, e a sociedade apoiava, ficaria feliz com isso, seríamos felizes. E então eu penso: que coisa! Então eu não estava errado, e sim ela, agora estou confuso, e foda-se o sentido disso, tudo vai ser o mesmo, vamos casar. É tão estranho, visto que á moramos juntos a 7 anos, se não contarmos a pausa de 6 meses, talvez seja apenas um motivo para festa e viagens.



Dezenove anos depois nos encontramos discutindo na área de serviço, mais uma vez seriamente. Alguns minutos depois estava pegando as minhas coisas, saindo de casa, e então só nos encontramos de novo no decorrer do processo doloroso do divórcio para resolver coisas a respeito do processo doloroso do divórcio, que não foi tão doloroso pois não tivemos filhos. Eu particularmente desejei ter tido um ou dois, durante os anos posteriores, assim saberia dela, como vive, teria uma desculpa para vê-la. Mas por que tenho que arranjar desculpas para ver alguém que amei e com quem convivi por vinte e oito anos? Então eu a procurei, encontrei a sua casa, foi fácil, amigos em comum, ela tinha um namorado, conversamos amavelmente, oh, como eu sentia a sua falta, talvez ela sentisse a minha, relembramos os velhos tempos sem mencionar romances ou namoros, apenas fatos, lugares visitados, festas de amigos, lamentamos a morte da minha mãe, e ela tentava fazer com que a umidade extra que surgia em seus olhos não se acumulasse e descesse, e então piscava todo o tempo. E então eu fui embora. Fiz isso mais umas 5 vezes antes do final da vida. Mas um dia a gente morre, desejei vê-la mais uma vez, mas tudo o que vi foram alguns amigos e a enfermeira simpática.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

VASO AWARDS - TOP 15 2008~2009

Assim como a minha amante russa conservada a -25°C, o presidente do Brasil - Lula, o diretor fundador do diretório acadêmico de ciência da Computação da faculdade Rui Barbosa - Dexter, Melissa, a honorável líder Netete e a não menos importante mãe do gato Garu que mia gay, Monah, o Vaso de Planta completou anos de vida em Outubro.





Oh, sim, o seu primeiro ano de vida, uma data notória que deveria ter sido comemorada com uma grande festa. Tema da hipotética festa: Bob Esponja. Oh sim, um animador vestido de Lula Molusco (tenho uma tesoura do Lula Molusco, mas não vem ao caso), copos descartáveis amarelos, brigadeiros com granulados amarelos, balões de hélio (amarelos), bolo sorridente - amarelo, e por aí vai. Mas não foi o que aconteceu. O mais perto que cheguei foi ter comprado para mim mesma uma camisa infantil tamanho 4 do Bob (também amarela). A realidade, meus amigos, é triste, é suja e descarada. Pois se não houve festa, nem ao menos houve lembrança. Em Outubro estava charfundada demais em meus assuntos particulares, ou não, para lembrar-me do pobre vaso. Oh, pobre Vaso. Mas cá estou, 3 meses (1/5 da vida do Vaso) depois para me redimir, comemorando atrasada e menos amarelamente do que previsto o seu PRIMEIRO ANIVERSÁRIO. E não há melhor maneira de homenagear alguém do que relembrar seus grandes feitos. E por isso, e não por falta absoluta do que escrever (aham), apresento-vos o VASO AWARDS, o TOP 15 2008~2009 (que, por acaso, contém apenas 14 posts. Enfim, me perdi na matemática depois de "1/5 da vida...").


14: Desumanidade - Retrata a desumanidade humana.
13: Sequêncial - Um dia sequencialmente descrito.
12: História dos óculos em minha vida ou, pequena autobiografia tematizada em óculos. - É a história dos óculos em minha vida ou uma pequena autobiografia tematizada em óculos.
11: Vagalume Taradão - A longuíssima e extasiante história de vida de um magnífico vagalume tarado.
10: A velha em baixo da cama - Uma belíssima cantiga de roda. Aceito doações de arranjos musicais.
9: Meu Pau e Minha Mão - Quão importante foi a presença deles na vida do eu lírico.
8: Triste História de Eduardo - História da desgraçada vida do elefante Eduardo.
7: A história de Jack, o jacaré - É a história de Jack, o jacaré. Em massinha de modelar. Artes plásticas manooooo!
6: A velha que era cega mas não era surda - Veja bem, ela era cega, mas não era surda...


A EMOÇÃO COMEÇA. TOP 5


4: Vanessa batedora de carteiras - A história da ladra larápia surrupiadora desonesta bandida moleca piveta e etc Vanessa.
3: Radiografia do rádio - Uma linda história de amor, de Maria Adeláide Amaral. Mentira, não é dela, pegadinha! Como diria Sérgio Malandro, Há!
2: Coisas de ETs - Duas curtas, lógica e verdade sendo mostradas extra-terrestricamente.


AND THE OSCAR GO TO...

1: O dragão comedor de virgens - Versão pobre e medieval de Você Decide.

Relembrar é preciso, viver não é preciso. Se tivesse havido um bolo, seria delicioso assim. O Vaso mandou um pedaço do bolo inexistente para Zac wyld soteropolitana, a pensionista de Zac wyld soteropolitana, um dito que se diz urso e me diz abelha, e para sushi, que afinal de contas não faz mais do que a obrigação. Amor é preto, branco é carinho. Meu sentimento por você é listradinho. Usando com sapato vermelho fica muito chic.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O dragão comedor de virgens

Era uma vez uma aldeia, era uma vez perto da aldeia uma montanha, era uma vez na montanha um dragão, era uma vez cocô do dragão em volta da montanha, alguns contendo ossos mastigados de virgens da aldeia.

Acontece que o dragão era meio furioso, e para aplacar sua meio-fúria seu estômago pedia de vez em quando carne humana. Mas não podia ser qualquer carne humana, tinha que ser carne de uma donzela pura virgem não violada. Só servia se fosse assim.

Então uma comissão formada pelos líderes da aldeia decidia qual virgem seria sacrificada pelo bem maior. Um dia então escolheram a virgem Aliena. Deram-lhe a notícia: "Aliena, você é virgem e um dragão vai te devorar amanhã."

Então Aliena foi dormir meio que preocupada porque ia ser devorada no dia seguinte. E então ela sonhou com Mestre Yoda. Ele lhe disse: "devorada será porque virgem é. Se virgem não for, morrer não irá", e então Aliena acordou nesse momento. Teve uma idéia. Foi até a taberna ofereceu aos bêbados a proposta do gang bang. Os que não estavam vomitando ou caídos aceitaram.

Terminada a safadagem, Aliena voltou à sua casa e dormiu. E então chegou o grande dia. A vestiram de branco, coroaram-na com flores do mato e a mandaram para o dragão.

Quando o dragão a encontrou, percebeu que o produto havia sido (muito) adulterado.

A partir daqui há três possíveis finais:

Final A:

O dragão revoltado dá uma rabada em Aliena que se espatifa montanha abaixo, assola a cidade e passa a caçar apenas gamos, pois tinha preguiça de encontrar outra aldeia perto de outra montanha.

Final B:

O dragão come Aliena mesmo assim, para variar o cardápido, sente nela o gosto dos homens, e passa a pedir bêbados das próximas vezes.

Acho esse o final mais interessante, pois morrem felizes, ou dormindo, ou passando tão mal que agradecem a morte. O taberneiro que deve ficar infeliz por perder clientes.

Final C:

O dragão come Aliena assim mesmo, para variar o cardápio, mas aos poucos, primeiro as pernas, depois uma mordidinha no tronco... E aí que ele prova o útero, cheio de resíduos da noite anterior, acha interessante o tempero e passa a pedir mulheres violadas, homens violados, e as vezes um ou dois odes de sêmem para temperar gamos da floresta.