segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Elfail

Hello, Kitties.
Nesse grande parágrafo não irei me valer de pseudônimos, metáforas, fábulas ou modo de falar estranho para enviar minha mensagem. Recentemente escrevi e postei um texto que não lembro o título e não estou a fim de clicar em ‘voltar’ para ver. É um sobre a rotina e tal e você deve saber qual é porque, infelizmente, se há um texto que você deve ter lido deve ter sido esse. Eu não gostei dele assim que o terminei e achei muito diferente das coisas que eu escrevo. Já aconteceu anteriormente de surgir algo assim, mas não postei porque achei chato, não gosto de expor meu lado melodramático, além de achar que eles fogem para as colinas dos padrões dos outros textos. Enfim, o fato é que não tenho nenhum carinho por ele. Daí, após mais de 2 anos de blog, de exultação quando um texto conseguia 2 comentários (tendo o HP Laser Jet P1005 conseguido a incrível marca de 5 comentários) o texto por mim mal amado consegue para si inúmeras visitas (inúmeras!), comentários feitos pessoalmente, tweets, scraps, e até mesmo uma boa alma me disse que escreveria um trecho em sua parede com color jet. No show do Matanza uma criatura me pára, se apresenta, diz que adorou o texto “da rotina” mas que achou os outros “uma bosta”. Não vou dizer que não fiquei extremamente feliz com toda essa repercussão, e esqueci completamente do meu desamor pelo pobrezinho. Se eu estou postando as coisas é porque quero que sejam vistas (apesar deu estar postando há muito tempo para pessoas pontuais, e para mim mesmas, e não deixaria de postar caso ninguém os visse). Fiquei também muitíssimo surpresa. E após a surpresa e o contentamento, a desilusão. Desilusão, danço eu, dança você, na dança da solidão. Isso não vai mais acontecer ou continuar. As pessoas gostaram justamente desse e creio que não produzirei muitos outros do gênero (pelo menos espero que não! Aquilo brotou de um momento muito por-favor-não-de-novo-não). Estou legitimamente fadada ao fracasso. Vou mudar todos os meus Nicks para Elfail.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bolo solado

Hoje levantei contra a minha vontade, que preferia permanecer na cama, contra meu organismo, que ainda estava dormindo, contra meu corpo que ainda estava cansado.
Não lembrava do que tinha sonhado pois não havia tido sonho algum, pois não se sonha em sono profundo, e, como disse, acordei antes da hora, antes do sono ficar leve e me fazer sonhar, antes de meu corpo estar preparado. Mas é assim quase todos os dias.
Como eu muitas pessoas acordavam contra a vontade e outras já estavam de pé fazia muito. Despertadores não deveriam existir, não há nada como despertar naturalmente assim como dormir quando se tem sono. Mas como eu muitas pessoas o faziam, não dormiam quando queriam, não acordavam quando queriam. Ser despertado em sono profundo é como abrir o forno do bolo que assa antes da hora. Ele sola. E meu dia foi solado, como muitos outros. Contra a vontade tive que me banhar rapidamente, comer rapidamente, falar rapidamente com os outros despertos e chegar rapidamente ao trabalho. No trabalho realizei atividades medíocres que qualquer um poderia realizar, atividades que não dependiam da minha opinião, dos livros que já li e dos filmes que já vi, do meu amor por gatos, da minha personalidade, da minha aparência, do meu cheiro, das músicas que conheço, das minhas crenças religiosas, do meu conhecimento de mundo, e, na verdade, não muito do meu conhecimento acadêmico. Ou seja, caso eu passe a não existir de uma hora para outra, qualquer outro fará meu trabalho, e a sensação de substituibilidade é terrível. Não gosto de atividades impessoais, não gosto de ser substituível, não gosto de ser medíocre e não gosto de me sentir cansada. Por isso eu bebi muito café, bebi muita água, e fui muitas vezes ao banheiro fazer xixi. Saí do trabalho e fui para a faculdade, onde estudei coisas que não queria, para depois assistir uma aula que não entendia (e nem tinha vontade de), e depois fiz uma prova da coisa que não queria estudar, que mesmo que eu tivesse ido bem já teria sido horrível por si só, mas ter ido mal tornou tudo pior. Mas apenas um pouco pior, realmente bem pouco. Cheguei tarde em casa como todos os dias pois esse é o horário do término de minhas obrigações diárias. Acabei me entregando a 3 pequenos prazeres, um longo banho, websocialização e livros. Me autocensurei após perceber quanto tempo havia perdido, que poderia estar dormindo, me forcei a abandonar a fonte de prazer, me forcei a dormir, percebendo amargamente que o outro dia seria exatamente igual, mas voltei atrás em minha opinião sobre estar perdendo tempo com meus pequenos prazeres: estava ganhando vida. Programei a abertura da porta para cedo, muito cedo, e adormeci no forno, tentando sonhar que não solaria.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Touro Ferdinando

Era uma vez um jovem touro chamado Ferdinando. Enquanto os outros jovens touros apreciavam um bom confronto de chifres, Ferdinando deleitava-se em sentir o aroma das flores do campo sob a sombra das árvores. Os jovens touros confortavam-se principalmente quando o fazendeiro os observava, pois este costumava escolher o mais bravo touro para lutar contra um homem que segurava um pano vermelho. Não havia maior glória para um jovem touro do que ser escolhido o mais bravo de todos. Apenas Ferdinando não se importava com tais glórias. Preferia o aroma das flores do campo sob a sombra das árvores, e delas cuidar, comendo as ervas daninhas que as prejudicavam. Porém, não só Ferdinando apreciava as flores – o fazia também as abelhas. Um dia, infortúnio do destino, estava uma abelha (ou um abelho?) a colher o néctar de uma Hortência quando dois buracos negros apareceram e tentaram sugá-la. Naturalmente sabemos que se tratava de Ferdinando, mas não o soube na hora a abelha (ou abelho?), que, lutando contra a corrente de vento, endireitou-se e sem pensar cravou seu ferrão abdominal no nariz de Ferdinando. Este pinotou por todo pasto, mugindo e bufando de dor. Foi tal seu descontrole que acabou por quebrar a cerca, correndo ainda alguns metros a dar coices no ar. Coincidentemente era dia e hora da observação de touros do fazendeiro, que, assistindo a tudo nada disse, mas fez sinal com a cabeça e seus capangas entenderam que Ferdinando era o touro mais bravo de todos da vez.

Nota do Autor (hihihih sempre quis escrever isso)
Essa historia vem rondando minha cabeça a algum tempo não sei porque (talvez devido a recente colocação de uma argola em meu septo). Eu realmente não me recordo se ela veio de algum curta da Disney das fitas que meus pais locavam; se foi uma história contada a mim por meu pai (ele é um ótimo contador de histórias) ou se ela simplesmente apareceu, como algumas outras. Sei que, para qualquer uma das alternativas, não é certo para mim que fim teve o touro Ferdinando. De qualquer sorte, não me parece que tenha sido um bom fim (a menos que seja uma história Disney).